Breve Nota Histórica


Por Decreto de 03 de janeiro de 1884 é criada, na Covilhã, uma Escola Industrial, com o fim de “ministrar o ensino apropriado às indústrias predominantes n’aquella localidade, devendo este ensino ter uma forma eminentemente prá- tica”. Dois dias mais tarde, a 5 de janeiro, em sessão extraordinária, a Câmara da Covilhã “congratulando-se por ver atendida uma das mais imperiosas necessidades d’este município, qual a da instrução”, delibera pôr à disposição um edifício destinado a esse fim. Ainda nesse ano, recebe a designação de Escola Industrial Campos Melo. Enquanto a Câmara faz as obras de adaptação, José Maria da Silva Campos Melo, patrono da instituição, cede uma casa, na Rua dos Tanoeiros, para a sua instalação provisória. As aulas iniciam-se em 16 de dezembro de 1884, e em 1885 a Escola é transferida para o edifício disponibilizado pela autarquia, tendo-se instalado no espaço atual em 1912. Progressivamente, vão sendo criados cursos e disciplinas ligados à indústria têxtil – áreas de Desenho, Química, Fiação, Tecelagem, Tinturaria, Debuxo,… - e a par daqueles, surgem outros como complementares – Eletricidade, Mecânica, Contabilidade, … Em 1948, passa a designar-se Escola Industrial e Comercial Campos Melo, e nos anos 1950, o edifício mais antigo sofre obras de ampliação, tendo sido também construído um novo corpo, designado por Bloco Oficinal, inaugurado em Outubro de 1955, onde são instalados diversos Laboratórios e Oficinas. Em 1970, a Escola passa a denominar-se Escola Técnica Campos Melo, por ter integrado a Quinta da Lageosa como sua secção agrícola. Em 1975, com a unificação do ensino, recebe o nome de Escola Secundária Campos Melo, designação que, com ligeiras variantes, mantém até hoje. A remodelação da Biblioteca (2001), a construção do Pavilhão Gimnodesportivo (2003), a criação do Museu Educativo (2004) e da Sala do Futuro (2017) bem como a remodelação de alguns espaços (Auditório, Sala de Alunos, Oficina de Artes, Laboratório de Fotografia) trouxeram importantes melhorias para as condições de ensino/aprendizagem oferecidas. Sempre atenta aos desafios que se colocam à educação do público jovem e adulto e ao contexto em que se insere, a ESCM tem procurado diversificar a sua oferta educativa, afirmando-se cada vez mais nas vertentes científico-humanística, tecnológica e artística. Desde 2003, é Escola Associada do Estabelecimento Prisional da Covilhã, onde ministra cursos de nível básico e secundário e da Associação para a Formação Tecnológica e Profissional da Beira Interior (2008) para a lecionação de Cursos de Especialização Tecnológica, nomeadamente nas áreas de Gestão, Multimédia, Gestão Ambiental e Manutenção Industrial. Em 2006, passou a ser Centro de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, no ano seguinte, Centro Novas Oportunidades, depois Centro para a Qualificação e Ensino Profissional, atualmente, Centro Qualifica, agregando a maioria das escolas do concelho da Covilhã e de Belmonte e alargando a sua ação em parcerias com Juntas de Freguesia, empresas e outras entidades. Tendo adotado, como lema do seu Projeto Educativo, “Uma Escola que se orgulha do passado, que reflete sobre o presente, que constrói o futuro…”, a ESCM pretende afirmar-se como uma instituição que promove a “ formação de cidadãos empreendedores, criativos, eticamente responsáveis, capazes de aprender ao longo da vida e de se realizarem através da cultura, da ciência, da tecnologia e da estética” (Projeto Educativo 2014-2018). Por ocasião do seu 100º aniversário (1985) a Presidência da República outorgou-lhe o grau de Membro Honorário da Ordem de Instrução Pública e, em 2004, quando comemorou 120 anos de existência, a Câmara Municipal da Covilhã atribuiu-lhe a Medalha de Ouro de Mérito Municipal, como “reconhecimento pela sua actividade na área da Educação, contribuindo desta forma para o prestígio do concelho da Covilhã”. Em 2014, recebeu o Selo de Escola Voluntária, área que tem vindo a apronfundar como reforço das competências para a cidadania.
Na última década, abriu-se progressivamente à internacionalização, tendo criado oportunidades diversas para que os seus alunos e professores possam aprender, ensinar e trabalhar no contexto europeu.